terça-feira, 4 de agosto de 2009

Saudades do Pai...



Chovia
Da cama eu ouvia o som dos pingos no telhado
Mas ouvia mais, ouvia o que dentro havia
O som dos sapatos, o som da torneira
O cheiro do café coado.

Era um momento rápido, mas eu fazia
questão de estar acordada para senti-lo.
Passava de repente um perfume leve pelo quarto.
E a porta se abria, um sussurro se ouvia e o barulho do carro.

Era assim toda manhã, deixava um rastro de saudade
O dia passava vazio e os afazeres eram vaidade.
De noitinha era novamente o barulho do carro,
O som dos pratos e garfos, a gargalhada gostosa
Um beijo na testa e uma história pra ninar.

O som da torneira e dos sapatos, o barulho da chuva...
Um sussurro leve de quem deixava o lar
Lembro-me de quando dormia em seus braços
Com as mãozinhas a segurar a sua barba..rs

Era uma manhã tão fria, sem nada a dizer
Me lembrava do beijo na testa e do barulho do carro
Mas não havia mais os sapatos e nem o café coado.
Era somente o barulho da chuva que deixava um rastro
Um rastro tão forte e tão triste de muita saudade.

Por Camila Faria

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